Para atender a demanda de iPhone 5, Foxconn contrata trabalhadores que vivem sem eletricidade e água corrente

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17/12/2012 às 22:30 | Atualizado há 10 anos
Para atender a demanda de iPhone 5, Foxconn contrata trabalhadores que vivem sem eletricidade e água corrente 1

Certas coisas que acontecem dentro das fábricas da Foxconn são difíceis de acreditar. Depois de histórias envolvendo suicídios, trabalho escravo e outras barbaridades, a noticia que rola hoje em vários jornais do mundo é que para suprir a demanda de iPhones 5, a Foxconn está contratando trabalhadores que vivem em alojamentos sem eletricidade e sem água corrente. Quem descobriu os fatos foram jornalistas franceses infiltrados em uma das unidades da Foxconn na China.

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A Apple, que na realidade paga a Foxconn para fabricar seus iGadgets, prometeu corrigir esses problemas lá no início deste ano, mas de acordo com os jornalistas pouca coisa foi melhorada nas instalações da empresa chinesa.

Os vídeos abaixo mostram 60 minutos do que acontece dentro de uma fábrica na cidade de Zhengzhou. Tudo foi filmado disfarçadamente por repórteres da “France 2 TV station”. São exibidos dormitórios mal cuidados, sujos, sem eletricidade, água corrente ou elevadores. É nesse ambiente desumano que os funcionários da empresa vivem.

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Além disso, o repórteres disfarçados disseram que nem todos os trabalhadores são menores de idade, porém muitos deles foram obrigados por administrações de escolas a trabalharem na empresa. Embora os salários tenham melhorados, as acusações de falta de segurança nas moradias e má alimentação, parecem não compensar em nada esse “aumento” financeiro que a empresa deu desde o começo do ano.

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A reportagem chegou a conclusão que o grande vilão da história, agora é o iPhone 5. Com um enorme volume de negócios entre a Foxconn e a Apple, a empresa chinesa é obrigada a recrutar mais pessoas, que em muitas vezes, são “seleciondas” em campanhas de contratação enormes. Obviamente os alojamentos da fábrica não estão prontos para o aumento no número de ocupantes.

E as autoridades? a Foxconn já respondeu às investigações, porém, basicamente diz que as fábricas não são perfeitas e eles estão tentando melhorar condições de trabalho. Abaixo alguns trechos de um comunicado oficial da empresa:

“A Foxconn leva muito a sério  a responsabilidade por nossos funcionários e nós trabalhamos duro para dar aos nossos 1,4 milhões de trabalhadores na China um ambiente seguro e de trabalho satisfatório. Estamos seguindo nossas próprias políticas rígidas, de acordo com leis da china, e nossos compromissos com nossos clientes para garantir que o maior nível de saúde e de segurança são aplicadas para nossas operações em todos os locais em toda a China. Como a maior da China empregador do setor privado, oferecemos remuneração e benefícios que são muito maiores do que os salários impostas pelo Governo e que são competitivos com todos os nossos colegas de setor em todos os locais onde atuamos. A Foxconn não é perfeita, mas estamos fazendo progressos todos os dias e continuamos a levar nossa indústria para atender às necessidades da nova geração de trabalhadores na China. Que o progresso se reflete no nosso sucesso no recrutamento e retenção de profissionais e nos relatórios dos muitos membros dos meios de comunicação internacionais que visitaram nossas operações e que livremente e de forma independente falado com os empregados. Nosso objetivo é continuar a cumprir as nossas responsabilidades para com os nossos clientes, aos nossos colaboradores, e para as comunidades onde operamos. “

Só queria saber como são as condições de trabalho nas fábricas em outros países, inclusive no Brasil. Por aqui, creio que as condições devem ser boas. Eu particularmente responsabilizaria em primeiro lugar o governo chinês, está claro que não fiscalização alguma por lá. Em segundo a Apple, que fica escondida por trás de sua mascara de empresa politicamente correta, enquanto se utiliza de mão de obra semi-escrava para suprir a demanda de seu iPhone, objeto de ostentação no mundo todo.

Via Engadget, fonte Envoye Special

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Fundador e editor chefe da Tekimobile Midia. Além de empreender, trabalhou 20 anos com eletrônica e telecom até que decidiu se dedicar 100% na produção de conteúdo.
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