Review LG G6: Vale realmente a pena?

Com um design quase sem bordas e um corpo de aluminio com vidro, a LG mudou totalmente o que havia feito no antecessor LG G5 e abandonou seus famigerados módulos. A câmera continua uma das melhores no mercado. Outra boa notícia é que não temos uma versão capada no Brasil. Mas ele chega com hardware defasado e preço fora da realidade.

Como dito anteriormente, a LG abandonou os módulos e corpo inteiro de metal. Agora temos uma aro de aluminio e uma traseira de vidro, com corning Gorilla Glass. Segundo a LG o vídeo é resistente, inclusive teve promotor de venda tacando o LG no chão durante o evento de lançamento e ele saiu intacto. Por outro lado, percebi que ele arranha facilmente, 2 semanas de uso foram suficientes para descobrir.

O metal parece proteger bem a tela, ele não passa sensação de insegurança e pavor de quebrar, como acontece com o Galaxy S8. A frente é quase toda dominada por tela.  As bordas laterais são super estreitas, mas o que chama a atenção são as superiores e inferiores, quase iguais as laterais, tornando ele relativamente compacto, dando um visual mais harmônico.

Ele não é um aparelho pesado, tem apenas 163 gramas. Suas  medidas são 148.9 x 71.9 x 7.9 mm. Ele é menor que o LG G5, mesmo tendo tela maior. É um belíssimo aparelho sem dúvidas. Agora, assim como a concorrência, ele também é a prova de água.

O único contra que achei é que a traseira é muito reta, falta curvas nas laterais. O resultado é que ergonomicamente ele não é tão gostoso de segurar. Dá para sentir os cantos dele na mão.

A tela de 5,7 polegadas com proporção diferenciada de 18:9, é esticadona. Isso significa que ela é estreita e alongada. Para efeito de comparação, notem a diferença entre ela e uma tela comum com as mesmas 5,7 polegadas. Agora notem como ela tem praticamente a mesma largura de uma tela de 5,2 polegadas.

A tela é de IPS e possui resolução de 2880×1440 pixels. Desde o LG G2 a LG faz as melhores telas IPS. Na minha opinião não deve em nada para telas AMOLED. Não possui o elevado, e lavado, constraste da AMOLED. Até o preto, que por motivos óbvios não se assemelha ao AMOLED, é o mais escuro que já vi até hoje dentre as IPS.

A proporção 18:9, que faz com que a altura seja exatamente o dobro da largura, ainda não é compatível com todos os apps, ou os apps não são compatíveis com esse formato. O resultado é que a maioria deles ficam com faixas pretas acima e abaixo da tela, simulando o tamanho padrão 16:9. Ou seja, vídeos no youtube e Netflix, por exemplo, ficarão com faixas. Em aplicativos comuns não houve tantos problemas.

O LG G6 é o primeiro smartphone com Dolby Vision. Uma tecnologia de HDR que aumenta em muito o constraste de vídeos, por exemplo. Porém, até agora, somente a Netflix é compatível com a tecnologia. Mas, sinceramente, mesmo depois da Netfli atualizar semana passada e oferecer o suporte ao Dolby Vision, não vi ainda tanta diferença assim.

Ele vem rodando o Android 7.0 Nougat de fábrica. Mas não espere muitas novidades, pois a skin da LG não mudou nada, ou seja, é a mesmo do Marsmallow utilizada mo G5 e no resto de seus smartphones. Por padrão, todos os ícones e widgets ficam espalhados nas telas iniciais, em uma abordagem parecida com a do iOS. Mas assim como no G4 e G5, basta baixar uma launcher da própria LG que volta ao tradicionl do Android com menu de aplicativos.

O sistema não é tão carregado. Além do pacote padrão do Google, a LG manda alguns aplicativos de suporte, um player de música próprio, um otimizador de memória, uma ferramenta para fazer anotações à mão e um gravador de voz HD. Não há joguinhos de demonstração, nem um monte de aplicativos inúteis pré-instalados, o que é uma boa notícia para o limitado armazenamento de 32 GB.

Ele não veio capado dessa vez. Ele trás exatamente o mesmo chipset usado no mundo todo, o Snapdragon 821. Infelizmente, devido a um acordo entre Samsung e Qualcomm, ninguém poderia usar o Snapdragon 835 no primeiro semestre do ano além da Samsung, que de fato fez no Galaxy S8. Por isso, o LG G6 chega com cara de ano passado. Mas não se engane, o 835 é de fato melhor, mas comprovadamente não é algo tão diferenciado assim. 100% do que ele faz o 821 faz bem feito. Mas, mesmo assim o 821 é do ano passado e isso mancha um pouco o status de top de linha do G6.

Completa o hardware 4 GB de RAM, suficiente para qualquer coisa hoje e, infelizmente, apenas 32 GB de armazenamento interno.

O grande ponto negativo dele. Eu sei que ele é expansível por microSD, mas lembrem-se que o cartão é mais lento que a memória iterna. E quando você pensa em um smartphone que filma em 4K, que é o mais sofisticado da marca e, principalmente, que custa R$ 3.999, é um grande absurdo vir só com 32 GB. Isso é característica de aparelhos de entrada como Moto G5, que possui o mesmo espaço.

No geral ele é rápido como deveria. Roda qualquer jogo da Google Play, por mais pesado que seja sem dificuldade.

Com uma bateria de 3.000 mAh, ele é ok, nem ótimo nem ruim. No nosso teste de bateria ele fez 7 horas de tela ligada, reproduzindo vídeos em streaming com tudo ligado e tela no máximo. Foi um bom resultado. Na hora de carregar ele é bem rápido, levando 1:46 para uma carga total.

Ele continua com duas câmeras, sendo uma comum e outra angular. Eu, particularmente prefiro uma lente grande angular do que lentes com zoom como outros fabricantes estão fazendo. Ambos os sensores de imagem têm resolução de 13 megapixels, diferente do smartphone anterior, que tinha um componente inferior para a grande angular, prejudicando bastante as capturas em condições de baixa iluminação.

A principal tem abertura de f1.8 e a angular de f2.2. As fotos são excelentes em qualquer situação. O único problema, principalmente na lente angular que possui abertura menor, é o excesso de pós processamento. O software tende a forçar o constraste e criar cores que na prática não existem. Há situações, por exemplo, de você tirar foto de um um céu acinzentado e na foto ele ficar azul.

Ou mesmo plantas comuns, com um verde mais apagado, sair um verde forte demais. Em uma tentativa de reduzir ruidos, principalmente em situações pouco iluminadas, ele aplica uma suavização nas imagens deixando-as artificiais, principalmente a pele das pessoas. Mas são bem pontuais, no geral as fotos são excelentes, sem dúvidas uma das melhores câmeras do mercado mobile.

A filmadora faz vídeo em 4K e consegue gravar até 60 fps em 1080p. Abaixo um teste que realizei com ela.

O que deu não entendi foi o downgrade sofrido na câmera frontal em relação ao G5, passando de 8 para 5 megapixels e fechando a lente de f/2 para f/2,2. O resultado é que, comparando com tops de linha, o G6 tem a pior câmera frontal.

É  nitidamente fraca para selfies, comparada com aparelhos intermediários. Até a câmera frontal do K10 novo, é melhor que a do G6.

O software manual do G6 é um show a parte, disparadamente o melhor do mercado. Há controles finos até do som, onde é possível controlar o ganho de cada microfone. Além é claro de controlar o ISO, a abertura e a velocidade do obturador.

Ele trás apenas uma saída de alto-falante. Achei o som demasiadamente baixo. Embora isso não faça diferença para mim, pois não ouço música pelos alto-falantes, achei um pouco estranho isso.

O LG G6 é um excelente aparelho, sem dúvidas. Se fosse lançado no ano passado seria, na minha opinião, o melhor smartphone do ano, empatando com o S7. Porém, em 2017, é difícil competir com o S8 que tem mais features, uma tela melhor e uma câmera levemente superior. Mas, por exemplo, eu prefiro o LG G6 ao Galaxy S8 pois não gosto de telas curvas e gostei mais do visual e construção do G6, e principalmente o plus da câmera angular. Mas, pagar o mesmo preço, dai não dá.

É nitidamente pagar mais por algo inferior. O grande erro do LG G6 é seu preço. Atualmente já é possível comprar ele por 3500 Reais, vou deixar os links de várias lojas aqui na descrição, o mesmo preço que você acha o Galaxy S8. Talvez, no futuro, quando o preço cair e estiver inferior ao concorrente, ai vai ser um excelente negócio, até lá, só tenho uma coisa a dizer: Acorda LG se não será a próxima Sony.