A verdade sobre a FNAC Duty Free e seu iPhone super barato

Conheçam a verdade sobre a loja FNAC Duty Free que venderia iPhones mais baratos e sem impostos.
Avatar de André Luiz
16/05/2014 às 14:41 | Atualizado há 10 anos
Cade os iPhones baratos?
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Antes de qualquer coisa, saibam que desde o começo eu já sabia que a notícia da Folha sobre a tal FNAC Duty free estava muito estranha, só estava esperando a bomba estourar para me pronunciar. Tudo começou quando a Folha de São Paulo postou uma notícia dizendo que a FNAC iria vender um iPhone ao preço dos EUA. Ela conseguiria isso pois, teoricamente, ela operaria uma loja franca no novo terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, ela então teria isenção de impostos por parte do Governo, resumindo: seria uma loja Duty Free.

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Porém, isso é meio difícil de acontecer por uma questão bem simples: atualmente somente uma empresa tem autorização para ser uma loja franca, sem impostos, no aeroporto de Guarulhos e no resto do Brasil: a Dufry. Essa autorização veio por licitação pública. Além da Dufry, a joalheria Amsterdã Sauer também tem autorização para comercializar seus produtos no aeroporto.

Como a FNAC entrou nessa? Tudo começou quando o presidente da Fnac, Jacques Brault, detalhou os planos para o aeroporto e anunciou que o espaço iria funcionar como loja franca. Porém ele esqueceu de falar apenas um detalhe: a receita federal ainda não tinha aceitado o pedido da FNAC para operar como loja franca. O pedido foi feito a 4 meses, e a FNAC contava que conseguiria a aprovação antes da inauguração da loja, o que não aconteceu. Não sei dos detalhes da negociação, mas sei que isso é muito difícil de acontecer.

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Como funciona a concessão?

A Dufry ganhou a licitação de operar no terminal 3 do aeroporto de Guarulhos no ano passado, vencendo outras duas gigantes sendo uma da Ásia e outra da Europa. A FNAC sequer concorreu. Teoricamente, não basta somente a FNAC pedir para a Receita, ela teria que ter uma licitação ganha para isso. O pior é saber que a própria empresa contava com isso, e um jornal como a Folha foi capaz de propagar isso sem averiguar os fatos, resultando em uma notícia replicada em todos os jornais e blogs do pais. 

A Dufry é a maior empresa Duty Free do mundo e tem um contrato de concessão que beneficia ambas as partes. É certo que uma “concorrente” como a FNAC não beneficiaria ninguém. Outra coisa, quem mais beneficiaria o governo: a FNAC, com uma loja pequena ou a Dufry que possui uma loja ao lado infinitamente maior? só para constar, a loja do terminal 3 da Dufry é a maior loja franca do mundo da empresa.

Como fica a situação da FNAC? Nessas condições fica difícil de dizer, afinal não faz sentido operar uma pequena loja que cobra impostos ao lado de uma gigante que não cobra impostos. Não tem como saber se a loja continuara aberta nessas condições.

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Mas há o outro lado da moeda que deve ser analisado. É óbvio que uma empresa como a FNAC saberia de tudo isso, então a pergunta é como que eles chegaram a abrir uma loja sabendo que não podia operar? Sem dúvida ele devem ter um motivo muito forte para isso. Não podemos esquecer que estamos no Brasil, aqui sempre há um “jeitinho” para resolver. Não seria a primeira vez que dinheiro poderia se sobressair sobre uma licitação.

A Receita federal não comentou nada a respeito, se está ou não avaliando o pedido da FNAC, mas a mesma enfatizou a Folha que somente Dufry e Amsterdã tem concessão atualmente. De qualquer modo, ainda não ouve um “não” oficial por parte deles para a FNAC.

O que mais me deixa triste é saber como uma notícia dessa foi publicada pela Folha sem ao menos ir ao Aeroporto e verificar os fatos. Triste para imprensa nacional e para os outros que somente replicam noticias na internet.

 

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Fundador e editor chefe da Tekimobile Midia. Além de empreender, trabalhou 20 anos com eletrônica e telecom até que decidiu se dedicar 100% na produção de conteúdo.
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