Trump vs Huawei: crise afeta empresas americanas e do resto do mundo

Crise afeta diretamente empresas que dependem da vendas de semicondutores para a empresa chinesa. Ações de empresas americanas já caem.
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20/05/2019 às 11:40 | Atualizado há 5 anos
huawei vs eua

Se não bastasse o Google romper com a empresa, agora a Huawei também terá que procurar alternativas para chips da Intel, Qualcomm e outros fornecedores. A maior fabricantes de equipamentos de telecomunicações não terá mais chips dessas empresas em seus equipamentos até a segunda ordem.

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Fabricantes de chips como Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, disseram a seus funcionários que não fornecerão mais chips a Huawei até novo aviso, de acordo com informações do Bloomberg. O Google, da Alphabet Inc., cortou o fornecimento de hardware e alguns serviços de software para a gigante de equipamentos de telefonia móvel chinesa, como dissemos mais cedo.

A administração de Trump na sexta-feira colocou na lista negra a Huawei – que, segundo ele, ajuda Pequim em espionagem – e fez uma ordem de emergência nacional proibindo empresas americandas de fornecer equipamentos para a chinesa. A proibição afeta diretamente a Huawei, maior fornecedor mundial de equipamentos de redes e o segundo maior fornecedor de smartphones.

Empresas americanas também irão sofrer, bem como de outros países

Bloquear a venda para a Huawei de componentes irá afetar as empresas americanas de semicondutores drasticamente. Além disso, segundo especialistas, irá retardar o lançamento de redes sem fio 5G em todo o mundo – inclusive na China. Isso, por sua vez, pode prejudicar as empresas norte-americanas que dependem cada vez mais da segunda maior economia do mundo para o crescimento.

Se totalmente implementado, a ação da administração Trump poderá levar uma onda de crise em todo o mercado de semicondutores. A Intel é o principal fornecedor de chips para servidores da empresa chinesa; a Qualcomm fornece processadores e modems para muitos de seus smartphones; a Xilinx vende chips programáveis ​​usados ​​em redes e a Broadcom é fornecedora de chips de comutação, outro componente importante em alguns tipos de rede.

A Intel, que recebe menos de 1% de sua receita da Huawei, viu suas ações cairem 2% nessa segunda-feira, com a abertura do mercado. A Qualcomm, que obtém cerca de 2,6% de sua receita da Huawei, caiu 4,8%. A Lumentum Holdings Inc. cortou sua previsão para o quarto trimestre e informou que suspendeu todos os embarques para a Huawei, que responde por cerca de 18% de suas vendas. Suas ações caíram 3,7%. A Broadcom, com 5,3 de receita vindo da Huawei, caiu 4,4 por cento.

Na Europa, o impacto da proibição também está sendo sentido, embora as empresas limitem-se a fornecer pesquisas ou produtos fabricados nos EUA. A Infineon Technologies AG, da Alemanha, caiu 6% depois que o Nikkei informou que suspendeu as remessas para a empresa chinesa. As ações da STMicroelectronics NV e da AMS AG, com sede na Áustria, também foram atingidas.

Huawei tem componentes estocados para 3 meses

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A Huawei “depende muito dos semicondutores fabricados pelos EUA e seria seriamente prejudicada sem o fornecimento deles”, disse Ryan Koontz, analista da Rosenblatt Securities Inc. A proibição dos EUA pode levar a China a atrasar sua construção de rede 5G , tendo um impacto em muitos fornecedores de componentes globais ”.

Prevendo as ações dos EUA, a Huawei teria estocado chips e outros componentes vitais para pelo menos 3 meses. Ele está se preparando para tal eventualidade desde meados de 2018, acumulando componentes enquanto projetava seus próprios chips, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Huawei pode ser apenas uma moeda de troca

Mas os executivos acreditam que a empresa se tornou uma moeda de barganha nas negociações comerciais entre os EUA e a China, e que poderão retomar a compra de fornecedores norte-americanos se um acordo comercial for alcançado, disseram eles.

Se isso se concretizar, talvez os EUA volte atrás da decisão, se conseguir um acordo comercial favorável com a China.

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Fundador e editor chefe da Tekimobile Midia. Além de empreender, trabalhou 20 anos com eletrônica e telecom até que decidiu se dedicar 100% na produção de conteúdo.
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