Review Huawei P30 Pro: Quando câmera é o que importa

Com super câmeras e um zoom de até 50x; bateria que dura bastante e um hardware invejável, vale a pena apostar no Huawei P30 Pro.
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11/06/2019 às 12:44 | Atualizado há 5 anos
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A Huawei marcou sua volta ao Brasil depois de alguns anos de cara trazendo seu principal smartphone: o Huawei P30 Pro. Um dos smartphones mais completos do mundo, ele promete desempenho, muita bateria e, principalmente, excelentes câmeras. Será que cumpre? Responderemos nesse review.

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Huawei P30 Pro – Review em vídeo

 

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Huawei P30 Pro, subindo o nível das câmeras

Começando por suas câmeras, ele atualmente é tido como um dos melhores do mundo, se não o melhor. Ele possui 4 lentes traseiras desenvolvidas em parceria pela grife Leica. O principal tem 40 megapixels com abertura f/1,6, o segundo é uma câmera ultrawide e o tercero é uma teleobjetiva com zoom óptico de 5x e o último e é um sensor de profundidade ToF.

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99% das pessoas usam o smartphone no modo automático e mostram as fotos no próprio aparelho para os amigos. Sabendo disso, o P30 Pro traz um modo automático extramemente competente, as fotos ficam no extremo da beleza.

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Mas extremo da beleza, extramente competente quer dizer superficiais. E isso não é ruim. O céu ficará sempre mais azul que o real, as cores sempre mais saturadas, saltando aos olhos, o verde das plantas muito mais vivo que a olho nu e assim por diante. Não é o que fotógrafos profissionais gostam, mas para não profissionais são perfeitas.

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Mas basta mudar para os diversos filtros do software ou usar o modo Pro que dá para tirar fotos bem próximas do real e com excelente qualidade.

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Com o quarto sensor, o ToF, é possível fazer fotos com fundo desfoque com recorte excelente. Abaixo um exemplo. Note que ele consegue desfocar tanto o fundo como a frente (o pé) ao mesmo tempo.

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Durante a noite ele se destaca igualmente. Seu famoso modo Noite sem exagerar enxerga de noite. Qualquer cena escura simplesmente parece que vira um fim de tarde. Confesso que é um tanto exagerado, mas o que destaca é que mesmo com o software exagerando, as fotos não ficam granuladas, possuem definição e detalhes razoáveis.

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Parece um milagre. O segredo está na combinação de estabilização ótica, estabilização eletrônica e, principalmente, do software. Para tirar uma foto, a exposição é fixa em 5 segundos. Um celular ou câmera normal, com 5 segundo na mão as fotos ficariam totalmente tremidas, mas essa combinação simplesmente corrige quase que 100% os movimentos naturais das mãos. Vejam um exemplo de uma foto com exposição de 5 segundos no P30 Pro e 5 segundos no Galaxy S10 (possível no modo manual).

Alguns detalhes sobre as câmeras que a Huawei não te conta

1 – Aqui um detalhe, a Huawei diz atingir o surreal ISO de ISO 409600 no modo noite. Mas, na realidade, apósi o ISO 6400 o software faz que o obturador trave por mais tempo, aumento a exposição. Entã esse tal ISO não é criado pela sensibilidade do sensor, mas sim um truque de software. O ISO máximo do sensor é 6400, acima disso é truque.

2 – Embora a primeira lente tenha 40 MP, fotos no modo noturno ou retrato não passam de 10 MP, já que ambos os modos combina a lente principal de 40 MP com as outras que possuem menos resolução, diminuindo assim a resolução final das fotos.

3 – No aplicativo o usuário consegue ajustar o zoom, começando de 0,6 (lente Wideangle), passando pelo 1X (lente principal) e aumentando até o zoom máximo (teleobjetiva + zoom digital). É incrível que essa passagem é suave mesmo que fique comutando de lente em lente. Porém os valores de zoom entre as câmeras é zoom digital, pois todas tem distância focal fixa.

Exemplo: a lente teleobjetiva tem zoom fixo de 5X, ou seja, do 1X da lente principal, até o 4,9 se trata de zoom digital. Notem no vídeo abaixo que quando chega em 5X a imagem muda totalmente, já que muda de lente. O mesmo acontece entre 0,6 até 0,9 na lente Wide.  E do 5X até os incríveis 50X também é digital.

Diferente da maioria, as lentes secundárias Wideangle e teleobjetiva conseguem boas fotos durante o dia, com qualidade ainda acima da média.

Mas vamos falar do zoom, do incrível zoom. Como dito acima, passando do zoom 5X começa um zoom chamado hibrído, combinação da lente com zoom digital.

Com 10x de zoom que já é muito para um celular, praticamente não há perda de nitidez. E mesmo dos 10X até os 50X a perda é bem abaixo do que se espera e a nitidez permanece boa, por exemplo, para redes sociais. Acima disso, até 50x, a perda de definição é mais notável, mas as fotos continuam ótimas para compartilhar em redes sociais.

Primeira foto sem zoom:

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Agora a mesma posição usando a lente telefoto com zoom hibrido de 30X.

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Notem que quase não é perda de definição, se levarmos em conta um zoom digital de 30X aplicado.

Mais uma foto usando o zoom, mas agora no fim da tarde sem sol para iluminar, o que não atrapalhou o desempenho.

Primeira foto sem zoom:

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Agora um zoom de 20X aplicado:

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E agora o zoom máximo de 50X:

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A câmera frontal tem 32 megapixels e qualidade boa. Porém peca por ter foco fixo. Se você tirar uma selfie muito de perto ela tem dificuldade de focar. Além disso não tem gravaçao em 4K.

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Foto abaixo foi tirada com o efeito bokeh, desfocando fundo.

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Design e construção

Imaginem o visual de um Galaxy Note melhorado. Essa é a melhor definição do Huawei P30 Pro. É quase impossível alguém não olhar para ele e fixar os olhos. Embora eu tenha testado a versão preta, isso aconteceu muito, mas as outras cores com degrade, segundo colegas jornalistas, conseguem olhares ainda mais fortes.

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Além disso ele tem uma construção sólida de metal com vidro que passa muita segurança.

Na parte de cima há um microfone e um sensor infravermelho, sim ele tem. Em uma das laterais ficam todos os botões e embaixo há o conector USB Tipo-C, um alto-falante e a gaveta para os Sim Cards e o cartão de memória padrão estranho.

Tela

Na frente fica a enorme tela de  OLED de 6,47 polegadas com resolução de 2340×1080 pixels. Embora menor resolução que o Galxy S10 ou iPhone XS Max, é impossível notar diferenças. O brilho é excelente, tem um ótimo contraste digno de uma OLED, tem ótimo ângulo de visão e brilho forte o suficiente para permitir a visualização sob a luz do sol.

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Os cantos do display são arredondados e as laterais são curvadas igual da linha S e Note da Samsung, porém é só design, não tem função. O notch fica no centro da tela em formato de gota e tem 32 megapixels e, como de costume, ele pode ser ocultado via software.

Hardware, desempenho e bateria

O P30 Pro possui o chipset Kirin 980, desenvolvido pela própria Huawei; 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Ele tem o desempenho que se espera de um topo de linha: roda tudo o que existe na Google Play, jogos sempre no máximo de fps e gráficos e boa velocidade.

Ele até tem expansão para memória, mas a Huawei decidiu que não é mais hora de usar um microSD, afinal só 99,99% das empresas usam. Como ela é diferente, adotou um novo padrão chamado NM Card, que é do mesmo tamanho de um Nano-SIM e criado por ela mesma. Ou seja, é certeza que você nunca achará um para comprar.

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Bateria, e que bateria!

O que mais me chamou a atenção no P30 Pro, até  mais que a câmera, foi sua bateria. Ele possui uma bateria de 4.200 mAh mas que a Huawei fez um trabalho de otimização fantástico, muito acima dos concorrentes. O Galaxy S10 Plus, com praticamente a mesma bateria (4.100 mAh), rendeu na média cerca de 30% menos (com a mesma resolução de tela). É muita diferença.

Além disso, ela carrega muito, mas muito rápida. Ele vem com um carregador gigante de 40 W, o maior atualmente no Brasil. Detalhe: não aconselho usar ele com outras marcas, inclusive algumas sequer carregaram nos meus testes.

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A bateria carrega em menos de 1 hora! Detalhes de tempo abaixo:

  •  15 minutos chegou em 35%;
  • Meia hora chegou em 70%;
  • 1:05h chegou em 100%.

Como cada usuário tem um perfil, não sou daqueles que fica cronometrando descarga de bateria, não acho muito válido para todos. Comigo ele durou um dia todo sem problemas.

Em um dia de trabalho normal, acordando as 7 horas, fiz o seguinte ao longo do dia: 2 horas de música por streaming no Spotify; 2h30min navegando na internet; um vídeo de 10 min; o dia todo verificando mensangens e e-mails e joguei cerca de 20 min. Sempre com todas as conexões ativas e brilho no automático. No fim da tarde, por volta das 6h, a bateria estava com 10%. Nenhum celular topo de linha havia chegado com carga no fim do dia comigo.

Software, o ponto negativo

A Huawei usa a interface EMUI em cima do Android 9 Pie. Visualmente falando é razoável, está muito atrás do Android Stock ou da One UI da Samsung. Mas daí não vejo muito problema, uso o Nova Launcher e isso disfarça um pouco.

Mas o problema foi que o software não se deu muito bem nos meus testes. Travamenos na multitarefa são normais. Você aperta o botão de multitarefa mas derrepente todos os apps somem, é diferente de fechar, simplesmente somem e voltam depois de uns 15 ou 20 segundos.

Também é normal apps congelarem, principalmente o Chrome. Há também outros bugs como o brilho automático: você desativa ele (eu não gosto), mas do nada a tela começa a escurecer e você olha e ele é ativado sozinho. O app da câmera também deu travadas e fechamentos. E por último houve 3 reinicializações, 2 durante ligações. No quesito software, a Huawei ainda está bem atrás da Samsung.

Outra coisa estranha é que ele tem o modo noturno, porém por algum motivo a Huawei esconde. A opção é chamada “Esmaecer cores da interface” no menu de bateria.

Além de ter os aplicativos do Google – por enquanto – há apps pré-instalados que são úteis como o gerenciador de arquivos e o navegador de internet que se parece muito com o da Samsung e tem modo noturno.

Ele tem também um app chamado controle remoto, já que ele tem um sensor infravermelho que faz ele funcionar como controle para aparelhos eletrônicos.

Para fechar há o App Gallery, a loja inútil de aplicativos da empresa. Porém, se a briga com os EUA continuar, ela será muito usada para subsituir a Google Play.

Leitor de digitais surpreendeu

O leitor de impressões digitais sob a tela me surpreendeu. Diferente do Galaxy S10 que é mais moderno e ultrassônico, o do P30 é do antigo que usa uma câmera para tirar fotos do dedo. Há muitas reclamações de lentidão em outras marcas, mas não aqui.

Embora ele não lê o dedo molhado ou suado como no S10, no geral ele é mais rápido e preciso. Dificilmente ele não reconhece. Um detalhe que fez toda a diferença é o software.

A tela do Huawei sempre mostra onde o dedo tem que tocar, ela faz isso mesmo desligada ao detectar presença próxima imediatamente o desenho da digital aparece. Isso facilita muito, o S10 não tem isso e é comum errarmos a posição do dedo.

Outro detalhe na tela é seu alto falante. Ai invés de um alto falante comun para ouvir ligações e mensagens de áudio, o P30 Pro tem um speaker interno que vibra a tela para emitir som. O som é perfeito, como se fosse o comum.

Review Huawei P30 Pro – Prós e contras

Prós

  • Câmera excelente
  • Bateria excelente
  • Tela excelente

Contras

  • Preço
  • Software meio bizarro

Vale a pena?

Então, se você está disposto a pagar e isso não é problema ele vale a pena sim em termos técnicos, porém há um problema: o futuro. Como todo mundo sabe, a Huawei está no meio de uma briga com os EUA e um dos efeitos foi que as empresas americanas estão cortando relações com ela. O Google é uma delas.

Graças a isso a Huawei não vai poder mais usar a versão comercial do Android. Na prática significa que não poderá usar mais a loja Google Play e apps do Google, além de não receber atualizações do sistema.

Para aparelhos já comprados e que estão no estoque, as coisas continuarão funcionando, mas daqui 3 meses irão parar de receber atualizações. Isso é um fato a se levar em consideração.

Huawei P30 Pro – Ficha técnica

  • Tela: OLED de 6,47 polegadas com resolução de 2340×1080 pixels;
  • Chipset: octa-core Huawei Kirin 980 de 2,6 GHz;
  • Dimensões: 158×73,4×8,4 mm;
  • Peso: 192 gramas;
  • Câmeras traseiras:
    • Principal: 40 megapixels f/1,6 com estabilização óptica de imagem;
    • Telefoto: 8 megapixels f/3,4 com estabilização óptica de imagem;
    • Ultrawide: 20 megapixels f/2,2;
  • Câmera frontal: 32 megapixels f/2,0;
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11a/b/g/n/ac, GPS, Galileo, Glonass, BeiDou, QZSS, Bluetooth 5.0, USB-C, NFC, infravermelho;
  • GPU: Mali-G76 MP10;
  • Armazenamento: 256 GB;
  • RAM: 8 GB;
  • Plataforma: Android 9.0 Pie;
  • Bateria: 4.200 mAh;
  • Sensores: bússola, proximidade, luminosidade, giroscópio, leitor de impressões digitais óptico.
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Fundador e editor chefe da Tekimobile Midia. Além de empreender, trabalhou 20 anos com eletrônica e telecom até que decidiu se dedicar 100% na produção de conteúdo.
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