A popularização e universalização dos smartphones é uma realidade mais do que consolidada, e o número de pessoas com acesso às redes sociais é cada vez maior. Não se surpreenda se, daqui a alguns dias, a sua avó lhe enviar uma solicitação de amizade no Facebook ou retweetar algo que você disse no Twitter. Se todo mundo possui um smartphone e todo mundo utiliza uma rede social, é evidente que, por A + B, todos estarão conectados às redes o tempo todo.
A grande interrogação que paira sobre essa questão é a seguinte: até que ponto o uso incontrolado de smartphones e redes sociais pode prejudicar o desempenho do usuário em seu trabalho? Essa questão ganha especial contorno se considerarmos que muitas empresas fornecem celulares corporativos a seus funcionários e colaboradores, geralmente com condições melhores de acesso à Internet. Nesse contexto, deveriam as empresas restringir ou limitar o acesso de seus colaboradores às redes sociais?
O fato: usar o celular no trabalho já é quase rotina
Partindo da premissa de que o smartphone é usado para praticamente tudo, é ilusório acreditar que ele não será utilizado durante o trabalho, já que o aparelho possui uma infinidade de recursos e apps que podem justamente auxiliar a produtividade dentro da empresa.
Um levantamento mundial realizado pela empresa Oracle concluiu que 68% dos entrevistados são mais felizes por trabalharem em um ambiente flexível e mais mobile e que 53% acreditam que isso os torna mais produtivos.
Apesar disso, é pequeno o número de empresas que propriamente incentiva o uso dos dispositivos móveis como forma de tornar o trabalho mais ágil, simples e eficaz. Pelo contrário: é mais comum encontrar companhias com políticas rígidas de limitação de acesso aos telefones, lançando mão, inclusive, de dispositivos e programas que bloqueiam o acesso a redes sociais de qualquer tipo.
Ao vigiar seus funcionários, a empresa vira o ensino médio
Se ao invés de implantar uma política de conscientização do uso maduro e responsável de redes sociais no trabalho a empresa optar por uma política de fiscalização, ela estará reduzindo seus colaboradores ao status de estudantes de segundo ano que eram vigiados pelas professoras.
Além do mais, a fiscalização dos funcionários – não obstante intervir na esfera pessoal de cada um e acabar por prejudicar em dobro o desempenho, já que ninguém ficaria exatamente feliz de estar sendo vigiado no trabalho – faz com que a empresa desperdice um tempo que poderia estar sendo aplicado na realização e otimização de projetos e tarefas que seriam mais úteis e proveitosos para o próprio crescimento do negócio.
A tendência é que, liberando o uso, os próprios usuários desenvolvam um controle e uma consciência maiores acerca do uso do telefone no ambiente corporativo. Caso contrário, o ideal é a implantação de uma política de uso consciente – uma espécie de “manual de conduta” para o uso das redes sociais durante o horário de trabalho.
É inegável que, hoje, as redes sociais são mais do que um meio de trocar mensagens com amigos e familiares e angariar curtidas. O fato de as redes sociais serem ótimas oportunidades de negócios e acesso a contatos profissionais já é uma realidade consolidada, e vigiar os funcionários para impedi-los de acessar essas páginas é contraprodutivo.