Review Motorola Atrix com nVidia Tegra 2

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04/08/2011 às 14:45 | Atualizado há 10 anos
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Todos devem se lembrar quando o Motorola Atrix foi anunciado para o mundo, ele era tido como o “melhor smartphone do mundo” afinal essa frase foi usada pela Motorola em sua propaganda. Acredito eu que ele sem dúvida alguma foi, mesmo por pouco tempo, o melhor.

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Nesse review irei destacar o aparelho em si, não vou me aprofundar muito na questão de qual Android ele usa. Como base de comparação iremos usar bastante o Samsung Galaxy S 2, afinal é esse o grande concorrente do Atrix atualmente.

Acessório e embalagens

Confesso que nunca antes tinha testado um smartphone com uma quantidade tão grande de acessórios, são muitos. Todos devem saber que ele é caro, mas se colocarmos em uma balança a quantidade (e preço) de todos os acessórios que ele tem, apenas o smartphone Atrix com certeza não seria caro. Até a caixa dele é grande pois uma “caixinha” não acomodaria ele.

 

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Vejam a lista de acessórios:

  • Suporte para o carro, para usalo como GPS
  • Carreagador para o carro
  • Cabo USB
  • Cabo hdmi
  • Dock multimidia com saídas hdmi e USB
  • Controle remoto do dock
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Achou muito? Esses são apenas os que estão inclusos no pacote (da TIM) há ainda vendendo separadamente o maior de todos: A Lapdock.

Design e construção

Um dos pontos que me deixou um pouco desapontado foi o design do aparelho, não é que ele seja feio, mas pelo preço dele achei que ele daria um ar de imponência maior, basta comparar com outros modelos da categoria que vemos que o Atrix parece se, externamente, o mais simples.

Não tem como não o compará-lo com o Defy, ele se parece muito com ele. As linhas, as distribuições dos botões, tudo lembra o Defy – review aqui – claro que em versão maior.

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O acabamento é de plástico e na tampa traseira ele tem uma pintura preta e fosca além de uns detalhes pintados de cinza, no geral achei a carcaça bastante suscetível a riscos, o que de fato aconteceu, na primeira queda já deu para perceber uma pequena marca (foi mal RP1).

A tampa da bateria é interessante e diferente, pois eu ainda não tinha visto algo do genêro, ela praticamente envolve toda a lateral do aparelho, isso é um ponto positivo já que ela fica bem firme e ao mesmo fácil de se retirar.

Na parte da frente temos a tela de 4 polegadas, a câmera frontal para vídeo chamadas e os quatro botões de toque já padrão da Motorola: Configurações, home, voltar e o de pesquisa.

Nas laterais temos o conector Micro USB e a saída Mini HDMI de um lado e do outro lado os botões de volume.

Mas é na parte de cima que encontramos umas da novidades do Motorola Atrix: seu botão de ligar/ ativar tela. Ao invés de um tradicional botão de ligar e desligar, a americana resolveu fazer algo diferente para garantir a segurança das informações do usuário: ela implementou um leitor biométrico, ou seja, além de botão ele também reconhece a sua impressão digital, assim você ao invés de apertar o botão para desbloquear a tela também tem a opção de cadastrar as suas digitais, desse modo o aparelho só desbloqueará com o seu dedo e de mais ninguém.

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Na parte de trás temos a sua câmera de 5Mpx e que também filma em HD há 720p com seu “Flash” de Leds duplos e mais embaixo temos a gradinha que esconde o alto falante.

O Motorola Atrix não está disputando o título de mais fino como seus concorrentes Xperia arc e Galaxy S II, porém isso não significa que ele seja um smartphone grande. Suas dimensões são as seguintes:17,8 x 63,5 mm x 11 mm, ou seja, não é o mais fino mas também pode ser considerado um celular fino com apenas 11mm.7

Tela qHD de alta resolução

Ele tem uma tela de 4 polegadas com Gorila glass, até aí tudo bem, mas o destaque fica por conta da resolução dele que é qHD com 960 x 480px. Então é a melhor tela do mercado? não necessariamente.

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A tela dele embora seja boa em nenhum momento mostra nada extraordinariamente melhor do que as outras.

Não vou entrar muito no aspecto técnico, mas é fato que a Motorola, vamos dizer, deu uma “enganadinha” no desempenho do aparelho modificando como os pixels normalmente são apresentados em uma tela. Vou voltar as minhas “raízes eletrônicas” e tentar explicar resumidamente o que acontece.

Leiam também | Review do RAZR, Motorola melhor que o Atrix com o Android 

A Motorola usou um layout de subpixels chamado PenTile, esse layout é usado normalmente em telas de AMOLED .Em uma tela de LCD ou de AMOLED normalmente cada pixel é formado por três subpixels, esse arranjo é chamado RGB (vermelho, verde e azul), porém para prolongar a vida útil das telas de AMOLED os fabricantes usam a grade PenTile que ao invés de ter um layout RGB, você tem uma matriz de pixels RRB e GGB. Como resultado, você diminui o número de subpixels azuis e isso prolonga a vida útil da tela, já que os fósforos azuis são mais propensos a perder intensidade ao longo do tempo que o vermelho ou o verde.

Esse uso é normal em telas de AMOLED já que elas tem um contraste bem maior as de LCD e isso disfarça “a falta” de pixels azuis. Mas aí que vem o problema, a Motorola implementou essa grade em uma tela de LCD comum e o resultado não foi tão bom como em telas AMOLED.

Mas deixando a parte técnica de lado, qual o resultado na prática? não é tão ruim assim, mas se compararmos com a tela do iPhone 4 que tem a mesma resolução, dá para reparar a “ausência de pixels” veja as duas imagens abaixo.

tela_atrix_vs_iPhone

 

Mas como disse, esse é um olhar técnico da tela, para usuários comuns a diferença não será tão grande, ao menos que ele passe a usar o Atrix lado a lado com outro smartphone como o Galaxy S II que é uma tela “Super AMOLED Plus” ou mesmo o iPhone 4, ambos tem telas mais agradáveis de se olhar. Abaixo uma foto Macro que tirei da tela do Atrix e do S II ao mesmo tempo, notem que os ícones no Atrix são mais pixelizados.

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Hardware e desempenho

O Atrix possui um processador dual core de 1GHz com chipset da nVidia chamado Tegra 2, além disso tem 1GB de RAM, somente esses 2 aspectos já o colocam como um quase computador.

Ele possui uma câmera de 5MPx que também grava vídeos em 720p e tem um “flash” dual LED.

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Além disso o Atrix possui alguns detalhes interessantes como sua saída hdmi que reproduz vídeos em HD 720p e saída de fone de ouvidos padrão.

 

Quanto ao desempenho, no geral o Atrix é muito rápido, na verdade ele voa em 90% das atividades que normalmente são utilizadas em um smartphone. Porém, vale ressaltar que como foi dito no começo do post, a Motorola o colocou no mercado como o melhor smartphone do mundo, então será que ele é isso mesmo?

Como padrão de desempenho usei o Galaxy S 2 já que atualmente ele é o mais indicado para isso. Embora o Galaxy S 2 tenha um processador um pouco mais potente com 1,2GHz para cada núcleo, isso não deveria fazer muita diferença, porém faz. Abaixo fiz um vídeo comparativo entre os 2 modelos.

YouTube video

O Atrix embora abra facilmente todas as páginas da internet, inclusive com flash, por diversas vezes estranhamente ele dá umas travadas sem explicação que é necessário reiniciar o navegador para voltar a usá-lo, foram poucas as vezes, mas aconteceu.

 

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Já no desempenho geral no sistema, como navegação no menu, configurações. velocidade na Market o Atrix demonstra a potência de um processador dual core.

Quando o assunto são jogos, o Atrix é o melhor atualmente, principalmente pelo fato de que os melhores jogos para Android atualmente são os desenvolvidos especialmente para aparelhos com processador tegra 2, todos os jogos rodam perfeitamente e suavemente no Atrix, não achei nenhum jogo para Android que deixa-se o Atrix lento, nota 10.

Software e interface

Como falamos, não iremos ficar falando do Android, afinal o Android é o mesmo Android de qualquer outro Smartphone e suas funções não é o foco do nosso review. Só quero enfatizar uma coisa: o Atrix roda o Android 2.2 aka Froyo, e isso por si só já o deixa um passo atrás da concorreñcia que já vem como o Android 2.3 Gingerbread que “normalmente” deixa os aparelhos mais rápidos. Na ocasião de lançamento a Motorola disse que “em breve” ele seria atualizado, passados quase 6 meses e nenhuma notícia sobre a tal da atualização.

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A Motorola mais uma vez trouxe a interface Motoblur, odiada por muitos usuários. Eu particularmente não gosto do Motoblur, não que ele seja lento que no caso do Atrix não é, mas para mim é pouco útil, um exemplo são os Widgets lives, embora sejam “bunitinhos” são pouco úteis já que eles são tomas inteiramente por uma única mensagem seja do Facebook, Twitter, Email ou SMS, sendo que você é obrigado a clicar nele para ver toda a mensagem e depois ficar arrastando as telas para ver mais mensagens. Comparando com o Times Scape da SE por exemplo, você consegue enxergar uma quantidade bem maior de informações usando bem menos os dedos.

De resto, os problemas são com o Android e não com o Motoblur ou o Atrix em si.

Câmera

Ah! Motorola, até quando tu vais fazer câmeras ruins? Mais uma vez a Motorola decepciona quando o assunto é câmera, não estou dizendo que ela é ruim como a do Milestone 1 por exemplo, porém um smartphone do porte e do preço do Atrix deveria ser melhor com certeza. Não estou falando de Mega pixels, afinal isso não quer dizer qualidade, mas um conjunto óptico melhor seria bem vindo. As fotos do Atrix são fotos medianas que qualquer smartphone de 2 anos atrás faz sem problema algum. Abaixo alguns exemplos:

Com iluminação as fotos são satisfatórias, mas com pouca iluminação… não estou falando de escuridão total não, um simples fim de tarde já é o suficiente para deixar as fotos com cores distorcidas e granuladas. Pelo menos a câmera tem foco automático e um bom macro. Abaixo uma foto tirada no fim da tarde com o sol ainda iluminando.

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Ela também grava vídeos em HD 720p, reza a lenda que com o Gingerbread ele também gravará em full HD. Aqui a qualidade é mediana, mas agrada  mais que as fotos, porém alguém me explica porque a Motorola codifica seus vídeos em 3gp? afinal esse formato compactado do Mp4 foi criado para celulares que não tinham poder de processamento, que não é o caso do Atrix. Abaixo um vídeo filmado com o Atrix e depois a mesma cena filmada com o Galaxy S II, filmei simultaneamente, notem a diferença.

YouTube video

YouTube video

Internet, conectividade e bateria

Navegando na internet o Atrix é rápido e abre qualquer site, porém como a resolução dele é bem alta, quando o site está aberto por completo como se fosse uma tela de computador as letras ficam muito pequena, se você tem dificuldade de enxergar dificilmente vai conseguir ler alguma coisa com o site aberto inteiro, mas daí é só dar um zoom e pronto, resolvido o problema.

Outra fator interessante é que ele apresentou dificuldade algumas vezes com o Flash, eu sei que isso é normal é que o Flash é inimigo de dispositivos móveis (momento Jobs) mas tanto as vezes ele trava e é necessário reabrir o navegador, só para comparar o Galaxy S 2 tem um desempenho melhor com o Flash, aqui nesse vídeo onde comparei o Atrix vs Galaxy S 2 vocês podem reparar isso.

 

Agora se tratando de conectividade o Atrix é completo, sua saída hdmi o transforma em um verdadeiro media center. Além dele contar com um dock que possui saida HDMI e entrada USB.

Ao plugá-lo na TV, ele abre uma interface própria para esse uso. Somando isso a um mouse e um teclado, temos um computador, bem lento por sinal.

Seria ainda mais interessante se existisse a escolha da imagem da TV apenas espelhar a imagem do Atrix. Ao invés disso, sempre que ele é conectado através da porta HDMI, uma nova interface própria se abre.

A bateria do Atrix é a mais forte do mercado, com 1930 mAh. Assim ele se torna o Android com maior autonomia que já testamos, aguentando firme 2 dias de uso com Wi-Fi e 3G ligados diretos além de usá-lo várias vezes como GPS e tirar bastante fotos e fazer filmagens em HD.

Lapdock

A idéia de transformar um smartphone em um Notebook pode parecer perfeita e aplaudimos a Motorola que ousou ter por essa idéia em prática. O funcionamento é simples: Basta você conectar o Atrix no dock atrás do Lapdock para que na tela apareça um outro sistema operacional totalmente diferente (com a interface Webtop) que tem até um barra ao estilo Mac OS X, navegador Firefox e também um aplicativo que simula o telefone caso você receba uma ligação durante o uso.

 

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Depois de conectado o Atrix com a lapdock, ele se torna um notebook com tela de 11,6 polegadas, teclado emborrachado e touchpad. Mas a idéia não passou de um sonho, não estou dizendo que seja ruim porém está longe de ser uma combinação perfeita pois basta abrir alguns aplicativos ou mesmo um vídeo em HD do Youtube para o sistema começar a travar.

A Motorola não deve abandonar a idéia de jeito nenhum, em alguns anos já teremos processadores bem mais poderosos dos atuais com eles uma lapdock poderá realmente fazer sentido.

Vídeo Review

http://www.youtube.com/watch?v=z5QWgrUOOWk

 

Pró e contras

Vamos listar agora o quais são os ponto positivos e negativos que achamos do Motorola Atrix, esses pontos podem fazer diferença dependendo do que o usuário procura em um smartphone:

Prós

  • O smartphone mais completo do mercado com muitos acessórios
  • Botão com leitor biométrico
  • Tela grande e resistente a risco além de resolução alta
  • Processador potente dual core de 1GHz e memória de 1GB.
  • Ótimo desempenho para jogos

Contras

  • Preço elevado
  • Câmera não muito boa
  • Acabamento inferior a concorrência (do mesmo preço)
  • Versão do Android defasada (Android 2.2)

 

Conclusão

Como puderam reparar nos prós e contras o Atrix tem bem mais prós e isso significa que ele é um ótimo smartphone e está em um nível maior do que a maioria da concorrência. O fato de ter um pacote de acessórios mais do que completo, para que os usa, o preço se comparado com concorrentes como o Galaxy S 2 que não possui nenhum acessório ele não e tão caro.

Agora se você quer ter o melhor do que há no mercado e não liga para acessórios e nem o preço, o Galaxy S 2 tem características melhores, mas repito: colocando na balança a quantidade de acessórios que ele traz o Atrix está no mesmo nível que o S2.

Como sempre digo, antes de escolher um smartphone saiba antes o que você precisa, se você não joga jogos pesados, não tira muitas fotos e usa o smartphone para atividades comuns, saiba que talvez um dual core, graças ao seu preço, nem sempre pode ser um bom negócio.

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Fundador e editor chefe da Tekimobile Midia. Além de empreender, trabalhou 20 anos com eletrônica e telecom até que decidiu se dedicar 100% na produção de conteúdo.
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